quinta-feira, 6 de maio de 2010

Os melhores momentos da minha vida


Certamente a vida é feita de momentos e pessoas, que deixam marcas fortes, fracas ou simplesmente passam despercebidos. Momentos bons, na maior parte das vezes, vem acompanhado de pessoas boas, ou ao menos de pessoas que parecem ser boas para você na situação. Lugares bonitos, dias sem preocupação, diversão, apenas coisas alegres, e, obviamente pessoas alegres compartilhando esse momento com você.
Parece que felicidade atrai mais felicidade. Geralmente quando chega uma notícia boa, outras coisas boas começam a acontecer também. Muitos chamam isso de “maré de sorte”. Usando a lógica, então, será que coisas ruins atraem mais coisas ruins? Se passamos por situações difíceis, não conseguimos fazer as coisas darem certo, então teremos pessoas ruins ao nosso lado? Ou então pessoas tristes, que também estão passando por momentos difíceis? Tá, um pouco pior, será que teremos pessoa alguma? Dessa forma podemos concluir que pessoas afortunadas serão cada vez mais afortunadas e pessoas não agraciadas com a sorte seriam cada vez mais infelizes. Certo? Errado!
A boa notícia para todos nós é que diferentemente da matemática, a vida real não é uma ciência exata, não se pode calcular o que acontece, planejar usando a pura lógica. Depois de várias experiências, pude perceber que os momentos ruins acabaram me marcando com mais força do que os momentos bons. Mas isso me trouxe coisas maravilhosas, e essas sim são as que ficarão comigo pra sempre. Quando eu estive triste, sofrendo e precisando de ajuda, eu vi pessoas ao meu lado. Não pessoas tristes ou pessoas que passavam pelos mesmos problemas que eu. Pessoas que se importavam comigo, que ofereceram um abraço de conforto, uma palavra de motivação e horas e mais horas de seu tempo para ouvir os meus lamúrios. Pessoas que estavam felizes por estarem ao meu lado, mas que se entristeciam com o meu sofrimento. Pessoas que não saíram do meu lado até eu me recuperar e estar pronta pra enfrentar todo o resto que eu ainda teria de enfrentar. Amigos. O mais impressionante é que eles parecem estar mais presentes nos momentos em que eu preciso de apoio do que quando eu estou bem, o que me mostra quanta sorte eu tenho, quão abençoada eu sou em ter quem goste de mim, não de algo legal que eu viva ou tenha.
Numa situação recente complicada, comecei a analisar a reação das pessoas ao que eu estava passando. Minha melhor amiga me ouviu, me abraçou e tentou não me dizer muitas coisas, mas a sua presença silenciosa falava milhões de palavras doces ao meu coração. Ela dispôs de todo o seu fim de semana em casa comigo, pintou minhas unhas umas 10 vezes, assistiu o jogo de futebol que nem era do seu time e levou uma sobremesa maravilhosa(isso foi mais pra minha mãe, mas eu me aproveitei, claro). Eu sei que ela tinha um monte de coisas pra fazer, trabalho de faculdade, guarda-roupa pra organizar, talvez sair com outros amigos e descansar do trabalho. Mas ela ficou comigo, como sempre, e eu nunca vou esquecer. Minha mãe está tentando me deixar dormir até a hora que eu quiser, não reclama quando eu faço algo errado e voltou a fazer meu café da manhã. Ela está fazendo um esforço enorme pra não conversar comigo sobre o assunto do jeito que eu pedi, e eu fico muito feliz com isso. Alguns amigos tentaram me aconselhar, disseram que vai dar tudo certo, mas acho que ficam longe com medo de eu dar uma crise a qualquer momento. Mas dois me chamaram mais atenção. O primeiro está sendo incrivelmente atencioso comigo, e me mostra que se importa com pequenas coisas, como tentar passar na minha casa só pra ver se eu estou bem no intervalo entre o trabalho e o cursinho, e gravar meus seriados favoritos pra eu poder me distrair um pouco. O segundo decidiu que não ia consolar porque era meio depressivo. Foi sincero comigo, mas sei que se compadece da minha situação. Para tentar me ajudar ele me forneceu o nome do meu blog, fato que realmente me alegrou bastante, conversa comigo como se eu fosse normal(o que é a realidade) e não como se eu fosse enlouquecer e me manda coisas legais como músicas de novos nomes da MPB e ideias para contos. Mas principalmente ele tem um jeito brincalhão de aumentar minha auto-estima, e eu gosto disso. Ah, e não poderia me esquecer da minha irmã que se ofereceu pra fazer caminhadas comigo, o que se tratando dela, é praticamente a concretização de um milagre. Além disso ela me liga pra falar piadas de humor negro, o que sempre funciona.
Depois de todo esse blablabla sentimentalista, o que eu quero dizer é que pra mim os momentos ruins acabam sendo os melhores momentos da minha vida. São neles que eu redescubro a amizade e me lembro de agradecer por ela existir pra mim, que vejo valor no que pode parecer pequeno e brilho no que estaria apagado. No fim, infortúnios também trazem um pouco de sorte, tristeza traz também felicidade, separações podem reaproximar. Isso vai depender de como você lida com tudo isso, do que você escolhe. A minha dica? Quem sabe olhar a vida sem óculos e andar por ela descalço?

Yara Lopes

2 comentários:

  1. Eu costumo dizer que os momentos ruins são os melhores para nos conhecermos e conhecermos quem está à nossa volta. Eu acho que são nos momentos ruins que a verdade se torna mais clara. Nos momentos bons o clima ajuda a não percebermos a falsidade, por exemplo!

    ;)

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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