terça-feira, 11 de maio de 2010

O eu deles no meu


Pais. Família. A base da vida de cada pessoa, ou grande parte delas. Na verdade, crescemos e nos desenvolvemos a partir da vivência do lar, dos princípios e valores passados a nós pelos genitores, dos costumes e tradições que passamos a ter. Todo o processo de criação de personalidade começa em coisas muito pequenas , detalhes de quando ainda somos bebês. É o uso ou não do bico, até quando tomar a mamadeira, o ritual para conseguir dormir, o ursinho que vai ficar em cima da cama por muito tempo... Desde os tipos de comida que gostaremos mais, o time do coração e os gostos musicais até a profissão escolhida a pessoa com quem vai se casar, de uma forma ou de outra, tudo tem um pezinho na criação recebida pelos pais. Eu, felizmente, não posso reclamar da que eu recebi. Meu pai foi uma ótima influência pra escolha do time de futebol e pra músicas lindas que nunca vou esquecer e que, se um dia eu chegar a ser mãe, quero ensinar para os meus filhos também. Minha mãe me ensinou a gostar de inglês, o que se tornou utilissíssimo para mim, e a amar a Deus, o que para mim, é obviamente essencial. Mas, além disso, muitas outras coisas me fizeram ser quem eu sou, garantiram o futuro que tenho condições de ter, proporcionaram oportunidades no passado. É impossível que um dia eu esqueça de um jogo que o meu pai fazia comigo e com meus irmãos. Assistíamos a TV Senado e ganhavamos um prêmio se soubessemos o nome e o partido do político que estava falando. Hoje, eu penso muito em tentar uma especialização em política depois da faculdade de jornalismo, e é claro que isso não surgiu do nada, as raízes nasceram lá atrás, quando eu ainda nem tinha muita noção do mundão que envolve a gente. Minha mãe me ajudava a decorar as capitais do Brasil e as principais do mundo, eu achava divertido, porque ela sempre batia palmas quando eu acertava, ficava toda boba e me abraçava. Como sou a filha caçula, meus pais se preocupava extremamente comigo, até hoje na verdade, e não me deixavam muito ir brincar na rua, essas coisas, tinham medo do que ia acontecer comigo. Teve um lado ruim, eu ficava um pouco só. Mas foi uma das melhores coisas, porque aprendi a gostar ainda mais dos livros, eles se tornaram meus amigos, me levaram a vários lugares diferentes, se tornaram meus melhores amigos e sim, serão eternos. Aprendi também a gostar muito de cantar, lembro que sempre cantava e o meu irmão tocava violão, eu, claro, me achava uma estrela, e sinto falta disso. Minha paixão por filmes vem, novamente, da minha mãe, que até hoje conta com detalhes todos os filmes a que assite, ela se diverte demais fazendo isso, e esse costume me ajudou a ser mais criativa, a imaginar o que eu nunca tinha visto. Com minhas irmãs aprendi muitas coisas também. A criticidade e o recente gosto pra certos tipos de música, a escolha de roupas e os conselhos amorosos, e principalmente a união e o amor inexplicável e gigantesco que consegue ficar sempre maior. No fim, ficaria aqui escrevendo páginas e páginas sobre coisas que aprendi, que vivi com eles. Mas o principal pra mim foi aprender a valorizar a educação, ela vai pra sempre com a gente, onde formos, a humildade a gratidão. E a eles, serei grata eternamente, por sucessos, fracassos, alegrias, tristezas, pelo pouco, pelo muito, por tudo.
Yara Lopes

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