sexta-feira, 27 de maio de 2011

Mesclando

Imagens passam como borrões
Nada é definido, estático
Mesclam-se aos sons
Seriam músicas ou apenas ruídos
As coisas fluem, simplesmente
De uma forma inexplicável
Não precisa fazer sentido
Basta existir
Viver
Sentir
Ser

Yara Lopes

sábado, 7 de maio de 2011

Dia das Mães


Amanhã é dia das mães. Uma data muito especial pra todo mundo, mas tenho uma afeição particular por ter nascido no segundo domingo de maio, fui um presente pra minha mamãe. Agora pela primeira vez em todos esse anos, passarei esse dia longe dela e isso só me faz perceber o quanto faz falta não poder estar ali do lado, só pra saber que a pessoa está por perto, que está acessível a um grito, está pronta pra um abraço.

Tenho certeza de que todos dizem que sua mãe é a melhor do mundo, é óbvio. Mas a minha mãe tem características exageradas até mesmo para o padrão de mães. Ela até hoje vai a noite no meu quarto, quando estou de férias em casa, pra ver se os pernilongos estão me mordendo, faz meu café-da-manhã e ainda leva na cama nos dias em que estou mau humorada, grava os filmes que eu provavelmente vá gostar só pra eu não perder nada, deixa de fazer suas próprias programações pra fazer as minhas e tem a coragem de vir ao Rio passar 12 dias e não sair de casa, só ficar cozinhando e me fazendo companhia pra me ajudar a superar um momento de tristeza. Ela é aquela pessoa que me ouve independente da hora, que me ouve reclamar das coisas mais ridículas e ainda fica me dando razão, é quem me faz acreditar em mim mesma quando ninguém mais consegue, é quem me dá os melhores conselhos, mas que também sabe ouvir quando está errada. Ela faz promessas pra eu ficar feliz, faz várias campanhas de oração e me lembra todos os dias de como eu sou especial e de como eu mereço coisas boas.

É triste que muitas vezes eu olho pro lado pra comentar alguma coisa engraçada de um filme com ela, mas ela não está, ou quando tenho um pesadelo e não posso chamá-la pra me colocar pra dormir de novo. Eu chego em casa da faculdade e não posso contar o que aconteceu e nem ter expectativas do que faríamos pra comer, nem do que aconteceu enquanto estive fora ou para quanto subiu o kilo da ameixa. É como se faltasse uma mão minha, e os 3 anos morando longe não me fizeram achar mais fácil ou deixar de chorar várias vezes sozinha por ter tudo o que eu mais quero a tantas centenas de kilometros de mim.

Uma coisa pelo menos me conforta, nunca deixei de falar a ela o quanto a amo e continuo falando, mesmo que seja pela frieza sem abraço do telefone, nem do quanto ela é importante pra mim. Não espero para o dia das mães para fazer alguma coisa de legal, para comprar um presente ou para ser boazinha. Porque todos os dias ela está ali por mim, me dando amor, cuidando de mim. E tudo que eu queria era poder ter mais de 24 horas por dia para demonstrar o meu amor. E poder fazer isso amanhã, ao lado dela. É agraciado quem pode estar com a mãe pertinho agora, e deve perceber todos os dias, não só uma vez ao ano.

Mami, você é o ser humano mais incrível que eu já conheci. Te admiro, te amo, sinto saudades.

Yara Lopes