Ainda não sei todos os seus defeitos e qualidades. Não sei
qual é a sua fruta favorita ou o primeiro livro que te encantou. Queria ouvir
as histórias de quando você era criança, saber dos seus primeiros passos, das
birras, manias. Você também não conhece os meus amigos e nunca me ouviu cantar.
Só me viu chorar uma vez, por você. Tem uma infinidade de coisas que precisamos
aprender um sobre o outro e eu não vejo a hora de começar essa descoberta. Mas
isso não muda nada. Essas lacunas não impediram a construção de um mundo de
possibilidades.
Eu posso não compartilhar seu estilo musical, mas já amo
aquela música que você me mandou e deixo repetir até que os vizinhos não
suportem mais e gritem comigo. Assisti ao seu filme favorito e pesquisei sobre
o ator que você gosta, pra gente poder conversar mais. Vi fotos da cidade onde
você nasceu, consigo te imaginar caminhando por ali, crescendo. Olho a foto que
você me mandou várias vezes por dia, só pra ter certeza de que eu não esqueci
nenhum detalhe do seu rosto. E penso, repenso, trepenso em você.
Todo mundo diz que eu não te conheço de verdade. Do ponto de
vista deles, estão certos. Será que importa? Dessa vez não. Porque quando eu
olho nos seus olhos eu encontro tudo que sempre quis ver e quando você fala
comigo, até um simples “tudo bem”, o meu coração se enche de calor e eu sinto
que vai ficar tudo bem. Tem muita coisa entre nós, a gente sabe bem. Mas também
tem muita coisa em nós e eu sei que elas são muito mais fortes. E é isso que me
fez decidir aceitar e esperar.
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