segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Será que importa?


Ainda não sei todos os seus defeitos e qualidades. Não sei qual é a sua fruta favorita ou o primeiro livro que te encantou. Queria ouvir as histórias de quando você era criança, saber dos seus primeiros passos, das birras, manias. Você também não conhece os meus amigos e nunca me ouviu cantar. Só me viu chorar uma vez, por você. Tem uma infinidade de coisas que precisamos aprender um sobre o outro e eu não vejo a hora de começar essa descoberta. Mas isso não muda nada. Essas lacunas não impediram a construção de um mundo de possibilidades. 

Eu posso não compartilhar seu estilo musical, mas já amo aquela música que você me mandou e deixo repetir até que os vizinhos não suportem mais e gritem comigo. Assisti ao seu filme favorito e pesquisei sobre o ator que você gosta, pra gente poder conversar mais. Vi fotos da cidade onde você nasceu, consigo te imaginar caminhando por ali, crescendo. Olho a foto que você me mandou várias vezes por dia, só pra ter certeza de que eu não esqueci nenhum detalhe do seu rosto. E penso, repenso, trepenso em você. 

Todo mundo diz que eu não te conheço de verdade. Do ponto de vista deles, estão certos. Será que importa? Dessa vez não. Porque quando eu olho nos seus olhos eu encontro tudo que sempre quis ver e quando você fala comigo, até um simples “tudo bem”, o meu coração se enche de calor e eu sinto que vai ficar tudo bem. Tem muita coisa entre nós, a gente sabe bem. Mas também tem muita coisa em nós e eu sei que elas são muito mais fortes. E é isso que me fez decidir aceitar e esperar.  

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