terça-feira, 14 de junho de 2011

O que é isso que a gente tem?


O ser humano é complicado. Se relacionar com um "romanticamente" então... Pode às vezes até parecer impossível. Os primeiros encontros são os mais difíciceis de lidar, não exitem regras, dicas ou manuais sobre como se comportar, para dizer o que é permitido e o que é desejável. Vale mandar mensagens? Ligar? Como deve-se comprimentar? E se for sair sozinho, deve-se avisar? Estou sozinha ou acompanhada?

A cada fim de encontro, a cada despedida, podemos nos perguntar se haverá uma outra vez e quando ela seria. É a agonia de esperar uma ligação ou uma notícia inesperada, um inbox no facebook ou uma janelinha pisca no msn. E mesmo com a agonia gritante dentro da gente, ainda tentar fazer o papel de desentendida, calma e até ocupada, porque claramente não queremos demonstrar um desespero ou interesse demasiado. Respira. Mantem a calma. Espera o convite pra próxima vez, que simplesmente vem, com naturalidade, porque é assim que tem que ser. E o medo vai embora, ao menos temporariamente, porque ele volta quando vai dando a hora de ter que ver a pessoa ao vivo novamente. Pegar na mão? Abraçar? Falar que queria ver de novo, ou não falar nada?

Mas o melhor de tudo é quando essa fase confusa passa e você já pode mandar uma mensagem quando tem vontade, falar com sinceridade o lugar onde realmente quer ir e pedir ajuda alguma coisa idiota. É ter naturalidade na hora de ser ver, de se cumprimentar e de dar as mãos para caminhar na rua. Admitir que está morrendo de frio com aquela roupa, que não conhece aquele escritor famoso que a pessoa gosta ou que quer muito comer outra sobremesa. É quando as coisas começam a fluir, os movimentos são apenas passos naturais, parece que e como deveria ser. Vocês conversam todos os dias, contam das rotinas, riem de uma piada ruim que o outro diz. Veem algo na TV que lembra uma conversa, ouvem uma música que com certeza foi escrita pra vocês e acham que o tempo passa de forma diferente para certos momentos, acelera quando estão juntos e passa devagarzinho quando estão longes.

Apesar de tudo isso, fazem questão de dizer que não tem nada um com o outro, pra qualquer um que pergunte a resposta vai ser firme, depois de tanto ensaio: "estamos ficando, é só isso". É só isso? A conversa pode até ser evitada e o assunto é procrastinado, mas, o que é isso que a gente tem? Tendemos a achar que a dúvida vem só da nossa cabeça, que o outro nem pensa nesse tipo de coisa, sendo que no fundo é uma dúvida dos dois, uma pergunta que se passa, mas que acaba sendo engolida, guardada. A gente tenta, então, advinhar, e cria milhares de teorias mirabolantes, pensa coisas insensatas, chega a beira da paranóia. Apenas uma pergunta, boba, mas que trava a língua na hora de receber uma resposta.

Mas, será que realmente precisamos de uma resposta? Se ela é tão necessária, acho que dá pra se contentar com carinho. O mais importante não é uma definição da relação que está sendo mantida, mas do que ela significa, do que nela é vivida, dos momentos legais que ela proporciona. Estar juntos, olhar no olho( porque olhar pros dois olhos de uma pessoa ao mesmo tempo é impossível, podem testar), confiar um segredo, compartilhar uma sobremesa, fazer uma surpresa, sentir saudades... É isso que a gente tem. Uma vivência gostosa que nunca é suficiente num dia só e traz a vontade de se ver de novo.

Yara Lopes

5 comentários:

  1. Esse texto é a cara dos relacionamentos de hoje. Me vi em todas as situações! Mas eu acho que essas duvidas, incertezas, esses momentos, que dão uma pimenta pra relação. Imagina se fosse tudo muito fácil?

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  2. Totalmente, essas fases são essenciais e acho que muita gente acaba passando por elas e como eu falei, não há uma receita pronta

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  3. Num sei pq mas isso me lembra a seguinte frase: Qm é mais boba, eu , vc ou a Louise?! HUAUHAUHAHUUHA...
    Te amo amiga!

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